O que é taxa Selic?
Provavelmente, você já deve ter ouvido falar sobre a Selic, a taxa básica da economia definida pelo Banco Central para controlar a inflação. Mas, em meio a tantos termos complicados, é natural ter dificuldades para compreender como tudo isso funciona e, principalmente, como essa taxa muda a rotina dos consumidores e empresas. Quer entender mais sobre o assunto? Continue lendo e vamos te ajudar!
Todos os dias, pessoas fazem depósitos e saques nos bancos, que, no fim do expediente, podem ficar com dinheiro “sobrando” (se foram feitos mais depósitos) ou “faltando” (se houve mais saques).
Sempre que necessário, os bancos costumam pegar empréstimos de um dia entre si, e na hora de devolver, pagam uma diferença: os juros. A taxa usada para calcular os juros dessas operações é a taxa Selic.
Por que a Selic afeta a nossa vida?
Primeiro, precisamos entender que, quando o Banco Central mexe na Selic, todas as outras taxas são, de alguma forma, são influenciadas. Isso acontece principalmente com a taxa de juros que os bancos cobram para fazer operações de crédito, conhecida como CDI. E o que isso significa? Que, quando a Selic aumenta, fica mais caro para os bancos financiarem o crédito que eles vão conceder. Como consequência, eles repassam esse aumento do custo para o cliente final. É aí que a gente vê as taxas dos juros de cartão de crédito e do cheque especial aumentarem. Para as empresas, a taxa de juros do capital de giro também aumenta, e o empréstimo que o empresário precisaria para ampliar o seu negócio, pagar contas ou fazer qualquer tipo de investimento também ficará com taxas maiores.
Quando o Banco Central sobe os juros aumentando a taxa Selic, os financiamentos ficam mais caros e isso desestimula o consumo das famílias e o investimento das empresas.
Como a Selic é definida?
A cada 45 dias, o Comitê de Política Monetária do Banco Central, o COPOM, se reúne para avaliar como anda a atividade econômica do país e se a inflação está controlada. A partir dessas análises, é definida a meta para a Selic. “Nas últimas reuniões, por exemplo, essa taxa ficou em 6%, e provavelmente vai terminar o ano neste mesmo nível. O Banco Central está vendo, agora, que a atividade econômica está bem fraca, a inflação está controlada, então não tem por que aumentar a taxa Selic.
Por que a Selic está baixa e os juros bancários não?
É verdade que, se a Selic diminui, os juros bancários também. Ao longo deste ano, tivemos recordes históricos de baixa na Selic, mas as taxas que envolvem os juros bancários ainda estão altos. Por que isso está acontecendo?
O nosso país ainda está se recuperando de uma crise econômica muito séria e entrando em uma outra (coronavírus). No Brasil, o índice de desemprego ainda é muito alto, e esse cenário aumenta as chances de inadimplência. Por esse motivo, mesmo tendo custos menores para ofertar crédito, os bancos ainda estão receosos em emprestar dinheiro: ou não emprestam, ou estabelecem taxas mais altas.
Como a Taxa Selic afeta os seus investimentos hoje?
Agora que você já sabe o que é a Taxa Selic e a sua importância para a economia brasileira, vamos mostrar o impacto que ela tem sobre os seus investimentos.
Os cortes causaram efeitos visíveis para o mercado financeiro, principalmente nas aplicações da renda fixa.
Veja como a taxa Selic pode afetar a rentabilidade dos seus investimentos:
Taxa Selic e o Tesouro Direto alguns tipos de títulos públicos do Tesouro Direto têm suas rentabilidades diretamente associadas à taxa básica de juros.
Hoje, os ativos disponíveis são:
- Indexados à Selic
- Indexados à inflação
Aquele que está indexado à taxa básica de juros é o Tesouro Selic. O seu rendimento é semelhante ao comportamento deste índice. Ou seja, se a Selic aumentar, os retornos do seu título também sobem e vice-versa.
Selic e a Caderneta de Poupança
A poupança é uma das aplicações financeiras que oferece menos ganhos ao poupador, desde 2012, o governo estabeleceu uma nova regra de cálculo que funciona da seguinte maneira:
Se a taxa Selic for maior ou igual a 8,5% ao ano, a poupança terá rendimento de 0,5% ao mês mais a TR.
Quando a taxa Selic estiver abaixo de 8,5% a.a., a poupança terá um rendimento equivalente a 70% da Selic vigente no período.
Hoje, com a taxa básica de juros em 4,25%, a rentabilidade da poupança é de apenas 2,97% ao ano.
Em 2019, descontada a inflação acumulada dos últimos 12 meses, quem deixou dinheiro na caderneta viu seu valor cair.
Isso mesmo: o retorno real da poupança no ano passado foi negativo: -0,05%.
Além disso, sua liquidez é baixa, fazendo com que você consiga acessar seus rendimentos apenas no aniversário da poupança, que ocorre a cada 30 dias. Isso torna evidente a necessidade de buscar aplicações melhores e tão seguras quanto.
Os investimentos da renda fixa podem trazer retornos muito mais significativos.
Como há a possibilidade de mais cortes na taxa Selic, este é o momento ideal para abandonar a caderneta e investir em ativos mais rentáveis.
Taxa Selic e o CDI
O CDI é o Certificado de Depósito Interbancário. Ele é um título privado e interbancário. Isso significa que é emitido e utilizado apenas entre os bancos, nos empréstimos de curtíssimo prazo.
A determinação do valor do CDI é feita com base nos juros praticados. Ou seja, ele é a taxa Selic Over. Por isso, a taxa Selic e o CDI são próximos. Basicamente, os empréstimos são feitos a Selic e recebidos em CDI. Portanto, eles são semelhantes para não gerar operações de lucratividade ou prejuízos.
Devido à sua utilização, esse indicador também é utilizado na taxa de rentabilidade de investimentos da renda fixa como:
- LCI- Letras de Crédito Imobiliário
- LCA- Letras de Crédito do Agronegócio
- LC- Letras de Câmbio
- CDB- Certificado de Depósito Bancário
- CRI – Certificado de Recebíveis Imobiliários
- CRA- Certificado de Recebíveis do Agronegócio
- Debêntures.
Quando a taxa Selic cai, o CDI diminui e o rendimento dessas aplicações também sofre queda.
Projeção da Taxa Selic para os próximos anos
Os economistas do mercado financeiro mantiveram suas projeções para a Selic (a taxa básica da economia) no fim de 2020. O Relatório de Mercado Focus trouxe nesta segunda-feira, 20, que a mediana das previsões para a Selic neste ano seguiu em 4,50% ao ano.
Já a projeção para a Selic no fim de 2021 seguiu em 6,25% ao ano, igual a quatro semanas atrás. No caso de 2022, a projeção seguiu em 6,50%, igual a um mês antes. Para 2022, permaneceu em 6,50%, mesmo porcentual de quatro semanas atrás.
“O Copom entende que o atual estágio do ciclo econômico recomenda cautela na condução da política monetária”, registrou o BC no comunicado da decisão.