Quando se fala em investir muita gente prefere apostar na estabilidade. Para isso, a renda fixa pode ser uma excelente opção pois alia segurança e rentabilidade em um único título. De forma geral, o investimento em renda fixa é uma modalidade de aplicação voltada para pessoas de perfil mais conservador e que querem bons retornos sem abrir mão da segurança.
O que é Renda Fixa?
Renda fixa é a forma de aplicação cujos rendimentos ou formato de cálculo desses valores já são definidos no ato da contratação. Os ativos costumam ser títulos de dívidas, portanto, quando investe neles, o investidor faz um empréstimo ao órgão emissor e recebe por isso.
Dessa maneira, o capital investido é devolvido ao comprador, acrescido dos juros acordados, sempre em uma data específica. Os títulos de renda fixa possuem ainda duas principais formas de remuneração e que são classificadas em grupos que veremos a seguir:
Pré-Fixados: A rentabilidade do título é definida no momento da aplicação em taxa de retorno anual (ex.: 11% ao ano) ou pelo valor do capital no vencimento (ex.: R$ 1.500,00 ao vencer).
Pós-Fixados: São títulos que pagam de acordo com a variação de algum índice. Ao comprar, você sabe qual a forma de cálculo, mas o valor real é sabido somente ao final do prazo estabelecido.
Assim, o investidor já sabe quanto e quando receberá seu retorno. E, embora a empresa tenha lucro ou prejuízo, o montante deverá ser pago conforme o combinado. Isso quer dizer que mesmo se a instituição for melhor do que o previsto o valor não será maior; e nem menor, caso vá pior.
O cálculo já pré-definido de valorização do dinheiro no futuro torna a renda fixa um investimento bastante seguro. Porém, não significa que esse tipo de ativo seja imune aos riscos. A possibilidade de o emissor do título não cumprir com a obrigação existe e, embora seja mínima, não pode ser ignorada.
No entanto, algumas aplicações, como a Poupança, LCI e LCA possuem a cobertura do Fundo Garantidor de Crédito (FGC). Sua principal função é proteger o dinheiro dos investidores/ correntistas e assegurar que recebam suas quantias de volta caso o banco ou instituição venha a falir.
Veja exemplos de aplicações em renda fixa:
- Títulos públicos federais (Tesouro Direto)
- Certificados de Depósito Bancário (CDB)
- Letras de Crédito Imobiliário (LCI)
- Letras de Crédito do Agronegócio (LCA)
- Caderneta de poupança
- Debêntures
- Fundos de investimento em renda fixa
Rentabilidade da Renda Fixa
Apesar no nome ser renda fixa, nem sempre a rentabilidade será fixa. Isso muitas vezes pode confundir o investidor. Mas o que você precisa entender é que existem alguns títulos que tem uma rentabilidade que varia conforme o índice ao qual o título está atrelado. Então a renda fixa é mais sobre definir como será calculada a rentabilidade, do que sobre receber uma renda efetivamente fixa. É o caso dos títulos pós fixados, muitas vezes eles são atrelados ao CDI. O que é a taxa CDI? Saiba como ela influencia seus investimentos O CDI é um indicador econômico que tem uma rentabilidade muito semelhante à da taxa Selic. Então quando a Selic cai o CDI também segue na tendência. Então quando o investidor adquire um título pós fixado com remuneração atrelada ao CDI, o que ele sabe é taxa de rentabilidade que ele vai receber. Porém ele precisa ter consciência que essa taxa pode mudar conforme as circunstâncias do cenário econômico.
Tributação da Renda Fixa A grande maioria dos títulos de renda fixa são tributados pelo Imposto de Renda-IR e pelo Imposto sobre Operações Financeiras-IOF. Mas algumas exceções precisam ser lembradas. É o caso dos CRI, CRA, Debêntures Incentivadas e alguns Fundos de Renda Fixa. Estes títulos não sofrem a incidência de tributos. Porém, para todos os demais títulos públicos e privados, o IR é cobrado e em determinadas situações o IOF também. O imposto de renda para a renda fixa é tributado sobre a rentabilidade, de forma regressiva, no momento do resgate do título. Como vimos, o investidor estará na faixa de alíquota máxima (22,5%) caso resgate sua aplicação em até 180 dias. Por outro lado, se o prazo do investimento tiver duração superior a 721 dias, a alíquota cai para 15%. Já o imposto sobre operações financeiros – IOF é cobrado em aplicações de curtíssimo prazo. Aquelas em que são feitas em menos de 30 dias depois da aplicação. O IOF chega a ser de 96% sobre o rendimento no primeiro dia e após 30 dias ele deixa de ser cobrado. Vale lembrar que os impostos sempre serão recolhidos automaticamente, no momento do resgate, por quem emitiu o título. Então o investidor não precisa se preocupar em calcular o imposto de renda devido.
Para quem a Renda Fixa é indicada?
A renda fixa é indicada para aquele investidor que busca diversificar sua carteira, de forma segurança e rentável. Além disso, a renda fixa é a melhor opção para o investidor que quer tirar seus recursos da poupança, mas que não se sente seguro para investir em produtos arriscados. Como a renda fixa enfrenta diretamente a poupança, ela consegue oferecer uma rentabilidade maior aliada a segurança. Mas este tipo de investimento não se restringe aos investidores conservadores. Até mesmo investidores com perfil mais arrojados costumam proteger parte do seu dinheiro em investimentos na renda fixa.
Desvantagens da Renda Fixa
Até agora, a renda fixa foi tratada como uma aplicação que está livre de riscos. Mas isso está longe de ser verdade. O investidor que quiser resgatar estas aplicações antes do vencimento poderá perder dinheiro. Esta situação pode ocorrer devido à variação dos preços dos títulos no mercado secundário. Além disso, outras desvantagens da renda fixa são:
Carência: alguns investimentos em renda fixa têm prazo de carência, não permitindo o resgate antecipado. Nestes casos, se você precisar do dinheiro irá perder parte dos rendimentos.
Taxas: Dependendo do tipo de renda fixa que você escolher, o investimento poderá ter uma série de taxas e tributos. Por exemplo, no Tesouro Direto há o IR o IOF e a taxa de custódia que incidem sobre os rendimentos. Já nos Fundos de Renda Fixa existe a incidência de taxa de administração. Então é importante estar bem informado antes de escolher o investimento ideal.
Risco de resgate: Aplicações sem garantia, como debêntures, CRI e CRA, podem levar a perdas totais da aplicação do investidor. Para aqueles investidores que não estão familiarizados com este tipo de análise, talvez a opção de investir via fundos seja a mais adequada.
Risco do FGC: Mesmo as aplicações garantidas pelo FGC não são 100% livres de riscos. Primeiramente, o FGC é um fundo com recursos limitados. E em uma situação de estresse, existe a possibilidade de que não consiga honrar com seus compromissos. Isto nunca aconteceu, é verdade. Mas o risco existe, ainda que seja pequeno.
Risco x Retorno
“Rentabilidade passada não é garantia de rentabilidade futura!”
Já vimos sobre alguns riscos atrelados a cada forma de investir, entre eles: a possibilidade do ‘calote’ em renda fixa e a oscilação do preço das ações em renda variável. Mas, você sabia que os preços e as taxas de remuneração também variam na renda fixa? Entenda!
Isso acontece devido a uma regra chamada de marcação a mercado. Com ela, os preços dos ativos são calculados conforme a taxa de juros de determinado momento do dia. Dessa maneira, o investidor que se desfaz de um título antes do seu vencimento pode ganhar ou perder capital.
Quanto à renda variável, os dividendos podem diminuir se a empresa da qual você comprou ações estiver “mal das pernas”. Perspectivas ruins de mercado para instituição também influenciam no preço, por isso é preciso ter cautela e fazer boas negociações somente na hora certa.
Por esse motivo, sempre analise risco e retorno ao mesmo tempo. Não olhe apenas os ganhos para não cometer um grande erro e, da mesma maneira, desconfie de lucros ‘mirabolantes’. Os riscos de ambas as situações podem ser muito mais altos do que você estaria disposto a correr!
Agora, a partir desse ponto de vista, qual a melhor forma de investir para você? Avalie bem, veja de qual lado da balança você está e vamos em frente!
Não tenha medo de diversificar
Você certamente já ouviu alguém falar: “Não ponha todos os ovos em uma única cesta”. Essa frase traduz muito bem o sentido da palavra ‘diversificar’ em investimentos. E nada mais é que do que dividir estrategicamente o seu capital em diversas apostas para reduzir os riscos e equilibrar os lucros.
Quando um tipo de ativo oscilar e registrar queda, por exemplo, outro acumulará ganhos ou se manterá inalterado, trazendo equilíbrio para carteira. Por isso, é importante estudar todas as possibilidades. Afinal, investir sem saber é fórmula para o insucesso. Não esqueça disso!
Quer ver um outro exemplo? Renda fixa e renda variável podem até parecer ‘concorrentes’ de certa forma, não é mesmo? Mas não é nada disso! Você pode muito bem combiná-las em seu planejamento financeiro, pois suas características diferentes irão complementar sua rentabilidade;)
E, tão fundamental quanto entender tudo isso, é conhecer você mesmo. Esteja completamente alinhado aos seus objetivos e perfil como investidor. Somente com essas informações você saberá optar pelo melhor investimento de acordo com suas necessidades.